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Microbioma, NGS e medicina de precisão: perspectivas para o médico


medicina de precisão

Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio.

Toda doença começa no intestino.


Estas duas frases de Hipócrates, conhecido como o pai da medicina, não poderiam estar mais atualizadas. Ainda que a visão sobre o paciente esteja mudando para uma abordagem mais “integral”, de uma forma geral, os médicos estão habituados a investigar a doença ao invés de analisar a saúde do paciente.


O conceito de saúde, como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, que aprendemos na teoria, não é executado totalmente na prática. A saúde é tratada como uma forma de prevenir a doença.

O nosso corpo desempenha a função preventiva, principalmente quando, diariamente, tenta perceber aquilo que não nos pertence: células mutantes, corpos -estranhos, microrganismos patogênicos. Isso é intrínseco, nato. Entretanto, estamos constantemente colocando em risco essa capacidade, quando, por diversos motivos, desequilibramos esse sistema.



Uma das principais ferramentas que temos para promover a saúde é o equilíbrio da nossa microbiota. Provavelmente, essa complexa comunidade de microrganismos une ambas as frases descritas acima. A mais complexa microbiota humana é encontrada no nosso intestino, e a sua relação com os genes, células, metabólitos e substratos ali presentes configura o que chamamos de microbioma intestinal.


Inúmeros estudos demonstram tanto as associações da microbiota com doenças em quase todos os sistemas do nosso corpo, como também os fatores que alteram as suas variáveis. Claro, o mais importante deles é a alimentação. Mas não é a alimentação restrita apenas ao alimento: é o estilo de vida! Esse é o maior promotor da saúde e, ao mesmo tempo, o mais difícil de ser mudado.


Somos frutos da nossa genética, da epigenética e, principalmente, das nossas escolhas.

Assim, cada indivíduo é único. Por mais que, durante a formação médica, o foco do aprendizado seja entender, diagnosticar e tratar doenças, principalmente baseando-se em guias de recomendações e diretrizes, a compreensão sobre o paciente atravessa um novo paradigma que inclui a abordagem preditiva, personalizada, participativa e preventiva.


A medicina de precisão ganhou espaço com o progresso do conhecimento da genética, da bioinformática e da epigenética. Através da incorporação de novas tecnologias e, especialmente, dos avanços na genômica, o profissional de saúde contemporâneo tem a capacidade de identificar características específicas de cada paciente, como o perfil da microbiota intestinal, vaginal ou oral e, assim, oferecer estratégias terapêuticas direcionadas a essas particularidades.


laboratório BiomeHub

As técnicas de sequenciamento de DNA de alto desempenho estão aprimorando os processos diagnósticos, em diversos campos da medicina. As descobertas de novas bactérias, fungos e vírus, bem como a possibilidade de aumentar a sensibilidade diagnóstica de um processo infeccioso, trazem novas perspectivas para a infectologia. Por meio do NGS, uma técnica independe de cultivo, é possível identificar bactérias possivelmente causadoras de infecção em determinado local, mas que, por serem fastidiosas, não cultiváveis, anaeróbicas ou em quantidades muito reduzidas, não seria possível por métodos tradicionais de rastreio.



Em essência, a medicina de precisão atual, quando aplicada de maneira eficaz, possibilita:

  • Antecipar diagnósticos,

  • Elucidar nuances de diferentes condições que orientam o tratamento,

  • Desenvolver e implementar terapias farmacológicas ou não avançadas,

  • Fornecer orientação abrangente sobre questões de saúde para toda a família,

  • Otimizar a utilização de recursos médicos.

Em um mundo onde a medicina se torna cada vez mais personalizada e a busca pela saúde integral ganha destaque, lembremos sempre das sábias palavras de Hipócrates: Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio”.


Então, que nossas escolhas, nossos genes e nossa microbiota se entrelacem em uma sinfonia de bem-estar. Que a prevenção seja nossa maior aliada, e que a medicina de precisão nos guie para um futuro mais saudável e promissor, em busca da saúde integral que todos merecemos!


Adriana Weinfeld Massaia

Este post foi escrito em homenagem ao Dia do Médico, pela Infectologista Adriana Weinfeld Massaia. A Dra Adriana é médica, com pós Graduação em Controle de Infecção Hospitalar pela Unifesp. Atualmente é médica do SCIH da Santa Casa de SP e doutoranda pela FCMSCSP (Microbioma e Metaboloma Cirúrgico), e ainda, faz parte da equipe de Desenvolvimento de Novos Negócios na BiomeHub.

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