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Você sabia que a periodontite é causada por bactérias que vivem na sua boca?

Atualizado: 27 de mai.

Sofre com periodontite ou quer prevenir? Conheça as bactérias orais e como o exame genético ORALBIOME periodontite pode ajudar no diagnóstico e monitoramento!

Vanessa Malucelli, autora do texto


Por Vanessa Leitner Malucelli

Bióloga, mestre em Biotecnologia e Product Owner na BiomeHub.




Neste postblog será abordado:


  • O que é a Periodontite?

  • Bactérias associadas a doença

  • Métodos tradicionais de diagnóstico

  • Exame de sequenciamento genético como ferramenta preditiva e de monitoramento


Homem passando fio dental

Você já notou sangramento gengival ao escovar os dentes ou usar o fio dental? Esse é um dos primeiros sinais de doença periodontal, um conjunto de doenças que comprometem os tecidos que sustentam os dentes.


Neste postblog, você vai entender mais sobre a periodontite, qual o papel das bactérias da boca nesse processo e como o exame genético ORALBIOME contribui para a forma como diagnosticamos e tratamos essa doença, oferecendo abordagens mais personalizadas e eficazes.


O que é a Periodontite?

A periodontite é uma doença inflamatória crônica causada por uma resposta imune do hospedeiro (pessoa) contra os microrganismos periodontopatogênicos e seus metabólitos. Essa doença é considerada uma evolução da gengivite (inflamação da gengiva) que não foi tratada adequadamente.


A periodontite afeta o periodonto, que são tecidos que sustentam os dentes: gengiva, ligamento periodontal e osso alveolar.


Em 2017, a Academia Americana de Periodontologia, passou a subdividir a periodontite em três categorias: Doenças periodontais necrosantes, Periodontite e Periodontite como manifestação de doenças sistêmicas. 


1. Doenças periodontais necrosantes

São doenças com rápida progressão, sendo observada principalmente em pacientes imunossuprimidos. Esta forma de doença periodontal é ocasionada pela significativa invasão bacteriana, inclui ulceração do epitélio, necrose da gengiva e das papilas interdentais, sangramento gengival, halitose, dor associada e rápida perda óssea. Outros sinais/sintomas podem ocorrer, como a formação de pseudomembrana, linfadenopatia, febre e sialorréia (em crianças). É dividida em três categorias: gengivite necrosante, periodontite necrosante e estomatite necrosante.


2.  Periodontite

A periodontite é uma doença inflamatória crônica multifatorial associada ao biofilme disbiótico e caracterizada pela destruição progressiva do periodonto de inserção. 


3. Periodontite como manifestação de doenças sistêmicas

Esta categoria é responsável por mais de um terço dos casos classificados de periodontite. A presença de condições como diabetes, alterações hormonais e distúrbios metabólicos pode favorecer o aparecimento ou agravamento da periodontite. Os distúrbios sistêmicos podem induzir a inflamação da mucosa oral, do tecido gengival e dos tecidos conjuntivos.



Quais são os principais sintomas e causas da Periodontite?


É muito importante estar atento aos sinais da boca, pois a periodontite pode progredir silenciosamente em seus estágios iniciais. Os sintomas mais comuns incluem:


  • Sangramento gengival: ao escovar, usar fio dental ou espontaneamente.

  • Gengivas vermelhas, inchadas e sensíveis.

  • Retração gengival: os dentes parecem mais longos.

  • Presença de pus entre a gengiva e o dente.

  • Mobilidade dentária: os dentes que parecem "moles".

  • Dor ao mastigar.

  • Alteração na posição dos dentes ou no encaixe da mordida.

  • Mau hálito persistente (halitose).


A causa principal da periodontite é o acúmulo de placa bacteriana (biofilme) nos dentes e gengivas devido à higiene bucal inadequada. Porém, outros fatores aumentam o risco ou agravam a doença, como: Tabagismo, Diabetes, predisposição genética, alterações hormonais (gravidez, puberdade, menopausa), estresse, certos medicamentos, doenças sistêmicas que comprometem o sistema imunológico e má nutrição.



Bactérias associadas à Periodontite


A nossa boca é naturalmente colonizada por bactérias, porém, algumas delas são particularmente agressivas e estão diretamente associadas ao desenvolvimento e progressão da periodontite. Entre elas: Porphyromonas gingivalis, Treponema denticola e Tannerella forsythia. Estas bactérias tendem a se proliferar no ambiente oral inflamado e desempenham um papel crucial na progressão da doença periodontal.



Ilustração de uma pirâmide para representar os complexos bacterianos de Socranky
Complexos Bacterianos de Socransky. Autoria da ilustração: BiomeHub, 2025.



A inflamação crônica e o ambiente ácido na doença periodontal favorecem a redução de bactérias benéficas, as quais mantêm a saúde oral. Além disso, a periodontite não afeta apenas a microbiota oral, mas também tem o potencial de impactar negativamente a saúde sistêmica. Estudos sugerem que a inflamação crônica associada à periodontite pode aumentar o risco de doenças sistêmicas, como doenças cardíacas, diabetes e adversidades na gravidez.


Com isso, o tratamento e monitoramento adequado da periodontite é essencial para restaurar o equilíbrio (eubiose) da microbiota oral e prevenir complicações. 


Métodos tradicionais de diagnóstico e novas tecnologias


O diagnóstico da periodontite depende em grande parte de exames radiográficos, como avaliação radiográfica do volume ósseo alveolar e, exames clínicos, como a profundidade de sondagem, sangramento à sondagem, nível clínico de inserção. No entanto, ainda existem desafios significativos no diagnóstico e na classificação das diferentes formas de doença periodontal.


Além dos métodos tradicionais para identificação e monitoramento da periodontite, hoje é possível utilizar o exame de sequenciamento genético. 

Através do exame genético, ORALBIOME periodontite,  é possível verificar quais bactérias estão presentes na bolsa periodontal ou sulco gengival, incluindo as bactérias relacionadas à periodontite. O principal benefício em realizar o exame genético é saber como está a microbiota oral antes mesmo da manifestação evidente de sinais clínicos, atuando na prevenção e monitoramento da doença.  


Como é realizada a coleta do  ORALBIOME periodontite?


Através de uma cureta estéril o dentista coleta a amostra de uma ou mais bolsas periodontais em pacientes com periodontite, ou do sulco gengival no caso de pacientes sem periodontite. Lembrando que a  cureta estéril não é fornecida no kit de coleta, e a amostra deve ser colocada na solução disponibilizada pela BiomeHub.



Quando recebo o resultado?


A partir do momento em que a amostra chega ao laboratório, o resultado será liberado em até 12 dias úteis através do Portal de resultados.

Após a entrega do resultado o dentista terá disponível auxílio técnico na interpretação dos resultados.



Para quais pacientes o exame é recomendado?


O ORALBIOME periodontite é recomendado para pacientes sem periodontite que desejam prevenção, pacientes que possuem bolsa periodontal em tratamento ou acompanhamento e para monitoramento periódico (3, 6 ou 12 meses) após tratamento periodontal. 




Conclusão


A periodontite é uma doença silenciosa, mas com sérios impactos à saúde geral e à qualidade de vida.


Compreender que esta doença é causada por bactérias específicas e que existem fatores de risco que podem ser controlados é o primeiro passo para a prevenção e o tratamento eficaz. O exame ORALBIOME periodontite representa um avanço significativo na odontologia, permitindo uma abordagem  precisa e personalizada.


Não ignore sinais como sangramento gengival ou mau hálito.


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