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A motivação para o exercício físico pode ser afetada pelas bactérias intestinais



Um estudo publicado por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia no final de 2022 descobriu que as bactérias da microbiota intestinal podem explicar a nossa motivação e performance em atividades físicas. Isso porque eles identificaram um papel muito importante do eixo intestino-cérebro na regulação da sinalização da dopamina.


A dopamina é um neurotransmissor envolvido com o sistema de recompensa do nosso cérebro. Essa substância é responsável pelas sensações de prazer e motivação durante o exercício físico.



Mas como os microrganismos que vivem no nosso intestino podem interferir na regulação da dopamina no nosso corpo e afetar a vontade de treinar?

Para responder essa pergunta, os pesquisadores realizaram uma série de experimentos em laboratório utilizando camundongos. Primeiramente, os cientistas avaliaram o desempenho de camundongos durante o exercício físico e observaram que os animais, assim como os humanos, apresentam variação no desempenho de atividades físicas. No entanto, como esses animais eram geneticamente semelhantes, uma vez que vinham da mesma linhagem, eles concluíram que outros fatores não genéticos/hereditários deveriam estar envolvidos com essa variação no desempenho das atividades físicas.


Então os pesquisadores avaliaram tanto os metabólitos presentes no sangue como o perfil de bactérias presentes nas fezes desses animais. As análises revelaram que as diferenças observadas quanto ao desempenho nos exercícios físicos tinham relação com a composição de bactérias da microbiota intestinal desses roedores.


Na sequência realizou-se um tratamento com antibióticos com o objetivo de reduzir e até mesmo eliminar as bactérias da microbiota intestinal dos animais. Após o tratamento com antibióticos, foi observada a redução drástica do desempenho dos camundongos nos exercícios! Em contrapartida, o transplante de fezes, realizado com o objetivo de repovoar o intestino, aumentou o desempenho físico dos animais.


Para descobrir quais bactérias da microbiota intestinal estariam envolvidas com a variação de desempenho nos exercícios físicos, os pesquisadores trataram os animais com uma série de antibióticos que apresentam diferentes espectros de ação contra bactérias. Por exemplo, o antibiótico ampicilina foi o que mais impactou o rendimento dos animais nos exercícios, enquanto a neomicina foi o que menos teve efeito.


Comparando as microbiotas

A análise comparativa da microbiota intestinal desses animais após o tratamento com os antibióticos indicou que bactérias pertencentes às famílias Erysipelotrichaceae e Lachnospiraceae seriam as responsáveis pelo melhor desempenho dos animais nas atividades físicas.


A partir disso, os pesquisadores testaram colonizar o intestino dos camundongos com bactérias pertencentes a essas famílias. Eles observaram que os animais colonizados com bactérias pertencentes aos gêneros Eubacterium (família Erysipelotrichaceae) e Coprococcus (família Lachnospiraceae) apresentaram melhor desempenho físico.


Então os pesquisadores decidiram analisar uma região do cérebro criticamente envolvida com a motivação no início da atividade física chamada de corpo estriado. Os neurônios do corpo estriado são regulados pela dopamina, sendo que níveis mais altos desse neurotransmissor estão associados à maior motivação, enquanto níveis baixos ao desânimo.


Os resultados indicaram que os níveis de dopamina do corpo estriado dos animais tratados com antibióticos foram drasticamente reduzidos!

Isso demonstra ainda mais a importância da composição da microbiota intestinal na resposta da dopamina ativada pela atividade física no corpo estriado.


Dessa forma, os pesquisadores identificaram uma dependência entre a microbiota intestinal e a via da dopamina na regulação da motivação.



Os exames que possibilitam a identificação das bactérias presentes na microbiota intestinal através do sequenciamento de DNA, como o PRObiome, podem ser correlacionados com as informações clínicas, auxiliando na conduta personalizada dos pacientes. Além disso, podem auxiliar no acompanhamento frente às terapias e estratégias de modulação da microbiota intestinal.


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Fonte:


DOHNALOVÁ, LENKA et al. A microbiome-dependent gut–brain pathway regulates motivation for exercise. Nature. 2022. https://doi.org/10.1038/s41586-022-05525-z


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