No último dia 25/05/22, recebemos remotamente a presença da Dra. Adriana Bittencourt Campaner, médica chefe da clínica de patologia do trato genital inferior e colposcopia da Santa Casa de SP, Profª. adjunta da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SP e mestre e doutora em tocoginecologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SP.
O tema principal da conversa foi a importância da microbiota vaginal na saúde da mulher. Dentre os tópicos abordados, a Dra. Adriana falou sobre a microbiota vaginal e seus tipos e variações, falou também sobre a importância e as diferenças dos Lactobacillus e, além disso, abordou o tema disbiose vaginal e complicações ginecológicas e obstétricas.
Microbiota vaginal
A Dra. Adriana explicou um estudo realizado pelo professor de microbiologia e imunologia Jacques Ravel, que separou a microbiota vaginal em cinco grupos designados como tipos de estado de comunidade (CSTs), são eles: CST I, CST II, CST III, CST IV, CST V.
Ravel em seu estudo, separou os grupos em suas dominações por Lactobacillus, sendo:
CST I dominada pelo Lactobacillus crispatus
CST II dominada pelo Lactobacillus gasseri
CST III dominada pelo Lactobacillus iners
CST IV estado de diversidade com níveis mais baixos de Lactobacillus
CST V dominada pelo Lactobacillus jensenii
De acordo com o estudo, os grupos de microbiotas vaginais diferem quanto ao pH, produção (ou não) de peróxido de hidrogênio (H2O2), entre outros. Além de observar que existem diferenças relacionadas às etnias.
Disbiose vaginal
A Dra. Adriana salientou que a disbiose está associada a diversos tipos de doenças, desde doenças intestinais até doenças neuropsíquicas, diabetes, doenças autoimunes e muitas outras. A disbiose vaginal ainda é caracterizada pela diminuição da população dos Lactobacillus com o aumento de microrganismos anaeróbios.
Importância dos Lactobacillus para a saúde da mulher
No decorrer da conversa, Adriana explicou que os Lactobacillus ajudam com a manutenção da barreira epitelial, pois formam uma espécie de “tapete” na mucosa da vagina, impedindo a aderência de outros patógenos, agindo na modulação da resposta imune, produção de H2O2, na produção do ácido lático e dos peptídeos antimicrobianos protetores.
Ainda, disse que a microbiota é dominada por Lactobacillus em mulheres adultas, porém existem diferenças em relação às fases da vida, na criança por exemplo, pela ausência de estrogênio existe uma diminuição do ácido lático, assim como acontece na pós menopausa pela deficiência estrogênica.
A Dra Adriana mostrou um comparativo entre a homeostase e a disbiose vaginal.
Como podemos perceber na imagem, uma microbiota em desequilíbrio favorece alterações e modificações no ambiente vaginal.
Principais complicações ginecológicas e obstétricas da disbiose vaginal
Infecção urinária
Infecções vaginais - uterinas e tubárias
Aquisição de infecções sexualmente transmissíveis
Infertilidade
Complicações na gestação
Câncer ginecológico - principalmente do colo do útero
Pensando em gestação e infertilidade, uma paciente que tem uma disbiose vaginal pode desenvolver vaginose bacteriana, podendo causar infertilidade ou ter maiores chances de desenvolver uma infecção transmissível que possa levar a uma gravidez ectópica, obstrução tubária e muitas outras consequências.
A Dra. Adriana destaca que vários estudos têm sugerido a associação entre mudanças na composição da microbiota vaginal e a infecção pelo HPV.
“Uma microbiota disbiótica pode levar a carcinogênese tanto pela modulação dos mecanismos do hospedeiro, tais como a promoção de alterações da resposta imune e dano ao DNA ou causando dano tecidual direto - facilitando assim a infecção pelo oncovírus”
Adriana concluiu a conversa dizendo que uma microbiota saudável é dominada por Lactobacillus, que há diferenças entre os diferentes tipos de microbiotas vaginais e que a disbiose está associada a diversos tipos de complicações ginecológicas e obstétricas.
Após a conversa com a Dra. Adriana, recebemos a Lais Yamanaka, Product Owner aqui na BiomeHub, para falar um pouco mais sobre o exame de microbiota vaginal BIOfeme.
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